sábado, 22 de setembro de 2012

TECNOCULTURA, o que fazer ?




TECNOCULTURA, o que fazer ?

Tecnológicas pretéritas - podemos citar algumas como o PC, a TV, o Fax e o rádio - geraram uma ebulição e até certo desconforto no Status Quo de suas respectivas épocas. Essas “novas” tecnologias pretéritas chegaram, algumas, para ocupar uma lacuna no mercado e outras chegaram sobrepujando e exterminando outras já existentes, como no caso dos PCs que basicamente extinguiram as máquinas de escrever e o próprio fax que anteriormente tinha exterminado o telex. Encarando a comunicação como principal meio de transmissão de informação e conhecimento, logo uma ferramenta de poder no processo cultural e do condicionamento sociológico, vou me centrar nos dois exemplos de meios de comunicação de massa, a TV e o rádio. Ambos permitiram a agilidade na difusão da informação, a interatividade não participativa (unificação da mensagem) entre os públicos e, o rádio, certa mobilidade. Mas essas “maravilhosas” ferramentas de comunicação com as massas ainda tinham dois problemas. Ambas pertenciam às classes economicamente dominantes e só permitiam a comunicação de mão única. Ou seja, o intermediador difundia somente seus interesses.
Com o advento da internet e a massificação da rede mundial de computadores passamos a presenciar, segundo Pierre Lévy, o maior fenômeno sociológico dos últimos séculos. Agora, estamos tendo a oportunidade de vivenciar a ebulição e o desconforto no Status Quo de nossa época. Essa nova tecnologia, por que não chamar de nova mídia, que chega para ocupar sua lacuna no mercado mundial, sobrepujando e exterminando outras, permitindo mobilidade e a tão sonhada interatividade participativa e tudo isso de maneira relativamente barata, deixando de ser uma ferramenta exclusiva das classes dominantes. Para ilustrar, posso citar o exemplo do Twitter do jovem Renê Silva. Morador do Complexo do Alemão, Renê se tornou, da noite para o dia, uma celebridade “Global” e porta voz da sociedade, trazendo notícias diretamente de dentro da área conflagrada durante os oito dias de operação policial para a retomada daquela região. Hoje, com a franca e galopante expansão das variadas redes sociais, podemos perceber um processo democrático de comunicação e geração de informação que se tornou uma verdadeira “Pandemia Desintermedidora”, segundo o Doutor Carlos Nepomuceno, professor do Instituto de Gestão Estratégica da Comunicação - IGEC. Graças aos avanços da ciência e com menos conflitos bélicos de proporções mundiais, a população do planeta atingiu a assustadora quantia de 7 bilhões de indivíduos. Uma boa ilustração para esta realidade pode ser conseguida no vídeo “200 anos, 200 países”, postado no You Tube.

            A questão é: Com a crescente onda da pandemia desintermediadora, qualquer pessoa com acesso à Web pode compartilhar conteúdo na rede, podendo beneficiar ou causar sérios danos à pessoas ou instituições. Daí surge a necessidade de especialistas ou instituições com legitimidade representativa perante a sociedade para reintermediarem os atuais processos de comunicação. Processo semelhante só foi experimentado, anteriormente na nossa História, com a popularização da escrita, através dos tipos móveis de Gutenberg. É urgente que as grandes Corporações, tanto do setor público bem como do privado, atentem para este fato e preparem ou contratem profissionais especializados nesta tendência da TECNOCULTURA, que se acompanhada de perto pode ser usada para fins favoráveis às instituições. Mas se não tratada com o devido e merecido respeito pode se tornar um monstro voraz com potencial efeito destruidor, de proporções incontroláveis e irreversíveis, para a imagem das instituições e seus produtos e/ou serviços.

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