TECNOCULTURA, o que fazer ?
Tecnológicas pretéritas - podemos citar
algumas como o PC, a TV, o Fax e o rádio - geraram uma ebulição e até certo
desconforto no Status Quo de suas respectivas épocas. Essas “novas” tecnologias
pretéritas chegaram, algumas, para ocupar uma lacuna no mercado e outras
chegaram sobrepujando e exterminando outras já existentes, como no caso dos PCs
que basicamente extinguiram as máquinas de escrever e o próprio fax que anteriormente
tinha exterminado o telex. Encarando a comunicação como principal meio de
transmissão de informação e conhecimento, logo uma ferramenta de poder no
processo cultural e do condicionamento sociológico, vou me centrar nos dois
exemplos de meios de comunicação de massa, a TV e o rádio. Ambos permitiram a
agilidade na difusão da informação, a interatividade não participativa (unificação
da mensagem) entre os públicos e, o rádio, certa mobilidade. Mas essas
“maravilhosas” ferramentas de comunicação com as massas ainda tinham dois
problemas. Ambas pertenciam às classes economicamente dominantes e só permitiam
a comunicação de mão única. Ou seja, o intermediador difundia somente seus
interesses.
Com o advento da internet e a
massificação da rede mundial de computadores passamos a presenciar, segundo
Pierre Lévy, o maior fenômeno sociológico dos últimos séculos. Agora, estamos
tendo a oportunidade de vivenciar a ebulição e o desconforto no Status Quo de
nossa época. Essa nova tecnologia, por que não chamar de nova mídia, que chega para
ocupar sua lacuna no mercado mundial, sobrepujando e exterminando outras,
permitindo mobilidade e a tão sonhada interatividade participativa e tudo isso de
maneira relativamente barata, deixando de ser uma ferramenta exclusiva das
classes dominantes. Para ilustrar, posso citar o exemplo do Twitter do jovem Renê
Silva. Morador do Complexo do Alemão, Renê se tornou, da noite para o dia, uma
celebridade “Global” e porta voz da sociedade, trazendo notícias diretamente de
dentro da área conflagrada durante os oito dias de operação policial para a
retomada daquela região. Hoje, com a franca e galopante expansão das variadas
redes sociais, podemos perceber um processo democrático de comunicação e
geração de informação que se tornou uma verdadeira “Pandemia Desintermedidora”,
segundo o Doutor Carlos Nepomuceno, professor do Instituto de Gestão
Estratégica da Comunicação - IGEC. Graças aos avanços da ciência e com menos
conflitos bélicos de proporções mundiais, a população do planeta atingiu a
assustadora quantia de 7 bilhões de indivíduos. Uma boa ilustração para esta
realidade pode ser conseguida no vídeo “200 anos, 200 países”, postado no You Tube.
A
questão é: Com a crescente onda da pandemia desintermediadora, qualquer pessoa
com acesso à Web pode compartilhar conteúdo na rede, podendo beneficiar ou
causar sérios danos à pessoas ou instituições. Daí surge a necessidade de especialistas
ou instituições com legitimidade representativa perante a sociedade para reintermediarem
os atuais processos de comunicação. Processo semelhante só foi experimentado,
anteriormente na nossa História, com a popularização da escrita, através dos
tipos móveis de Gutenberg. É urgente que as grandes Corporações, tanto do setor
público bem como do privado, atentem para este fato e preparem ou contratem
profissionais especializados nesta tendência da TECNOCULTURA, que se
acompanhada de perto pode ser usada para fins favoráveis às instituições. Mas
se não tratada com o devido e merecido respeito pode se tornar um monstro voraz
com potencial efeito destruidor, de proporções incontroláveis e irreversíveis,
para a imagem das instituições e seus produtos e/ou serviços.
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